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domingo, 15 de fevereiro de 2015

sobre o livro a preparação do ator de stanislaviski

Olá amigos, estou lendo um livro maravilhoso, que ao meu ver é de extrema importância para quem quer ser ator ou atriz. É um livro escrito por um maravilhoso nome do teatro mundial, stanislaviski.. Então, vou colocar aqui um resumo do primeiro capítulo do livro, e ao longo de minhas leituras os colocarei aqui também os resumos ok? então vamos lá.


CAPÍTULO 1 A PREPARAÇÃO DO ATOR RESUMO

Este capítulo Retrata-se das experiência de estudantes/alunos ao realisar trabalhos novos. Como assistentes de direção de peças teatrais, e outros fora do palco.
Mostra o quanto a emoção meche com o ator quando ele, se encontra em um momento que exige um pouco mais de si, do que é exigido em tempos normais.
Durante o processo de ensaio, vemos que temos que ter disciplina, isso tanto nos ajudará, quanto ao grupo que está trabalhando junto a nós. vemos isso por esse

trecho no livro:
"Quando interfiro no meu próprio trabalho, isso é comigo, mas que direito tenho eu de atrasar o trabalho de uma equipe inteira? O ator, como o soldado, deve submeter-se a uma disciplina férrea."
Eu adorei a expressão, somos como saudados. Somos saudados em defesa da arte, em busca do nosso mais valioso ouro, o conhecimento. E para obter o conhecimento temos que ser disciplinados assim como fala no trecho a cima. Os enssaios, as repetições, ajudam o ator a não errar, e a obter confiança em sua fala e ações, mas a emoção, ajuda a ele enfrentar o medo do pauco, como ocorreu com o estudante de teatro no qual stanislaviski fala em seu primeiro capítulo no livro, veja o trecho a baixo:
" No palco, a primeira coisa que me perturbou foi a extraordinária solenidade, o silêncio e a ordem que ali reinavam. Passando da escuridão dos bastidores para a plena iluminação da ribalta, das gambiarras, dos refletores, senti que estava cego. O brilho era tão intenso que parecia formar uma cortina de luz entre mim e a platéia. Senti-me protegido contra o público e, por um momento, respirei livremente, mas os meus olhos logo se habituaram à luz, pude enxergar no escuro e tanto o temor quanto a atração do público pareceram-me mais fortes do que nunca, Estava disposto a me virar pelo avesso, a dar-lhes tudo que tinha e, entretanto, dentro de mim, nunca me sentira tão vazio. O esforço para espremer mais emoção do que eu possuía e a incapacidade de fazer o impossível encheram- me de um temor que petrificava minhas mãos e meu rosto. Todas as minhas forças se gastavam em esforços infrutíferos e inaturais. Minha garganta contraiu-se, todos os meus sons pareciam subir para uma nota aguda. Minhas mãos, meus pés, meus gestos, minha fala tornaram-se, todos, violentos. Senti vergonha de cada palavra, de cada gesto. Chorei, cerrei os punhos
e me apertei contra o espaldar da poltrona. Estava fracassando e, na minha impotência, a raiva de súbito me dominou. Arremessei o verso célebre: "Sangue, lago,
sangue!" Senti nessas palavras todo o ultraje à alma de um homem confiante. A interpretação dada por Leão a Otelo subiu-me de repente à memória e despertou-me a emoção.
Além disso, parecia quase que os ouvintes, por um instante, se haviam inclinado, tensos, e que um murmúrio percorria a platéia. Assim que senti essa aprovação, uma  espécie de energia referveu em mim. Não posso lembrar-me de como terminei a cena, porque a ribalta e o buraco negro desapareceram do meu consciente e eu fiquei livre de qualquer temor. Recordo-me de que Paulo, a princípio, ficou atônito com a mudança em mim. Depois, ela o contagiou e ele se pôs a atuar com abandono. O pano baixou, ouviram-se aplausos na plateia c eu me senti cheio de confiança em mim mesmo."
Nesse capítulo, quando Kóstia, se encontra em sena, e fica com tanto receio de errar, e no fim acaba fazendo algo que surpreende a todos me fez vibrar junto dele.
Ele ensaiou muito, deu tudo de si, mas na hora de apresentar-se, ficou com receio de fazer algo errado. Entretanto quando entrou em sena e falou, foi lindo, e deixou a plateia sem palavras.
Lembro-me de isso também acontecer comigo por várias vezes. Uma vez em minha primeira apresentação, aos 13 anos, como narradora em uma peça indígena chamada vitória-régia, e a outra vez, foi agora recente, na peça 1943, onde minha emoção foi mais forte, e fiz algo que nunca havia feito nos ensaios. Algo que eu sabia que precisava, que foi chorar. Não um chorar com técnica, mas um chorar verdadeiro. Sem técnica, apenas chorar de emoção. Stanislaviski, ainda ressalta todo aquele sentimento que temos antes de entrar no palco, aquela emoção, aquela ansiedade e medo de errar, de atrapalhar os demais.
Aquela energia que flui de tanto sentimento e emoções acumulados antes no palco, transformam-se, em uma explosão de interpretação, e faz com que o ator brilhe bem mais no palco.
Com tudo, esse livro está me deixando extasiada de sensações, mau vejo a hora de continuar a lê-lo e descobrir novas técnicas, e ver refletido em palavras o que sinto e não consigo expressar.

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