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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

os professores e os alunos com deficiência visual na escola regular.

Olá leitores. nessa minha primeira postagem de 2016 irei retratar o assunto deficiente visual na escola regular. e como o professor deve agir com um deficiente
em sua sala de aula.

Como o assunto é meio complicado de abordar e há muitos pontos a ressaltar, já lhes adianto que este não será o primeiro texto relacionado a este assunto.

Existem muitas vias na qual devemos trabalhar com professores, alunos, diretores e funcionários. E nesta postagem, irei falar sobre como os professores deveram
se comportar, e agir diante um aluno com necessidades especiais visuais.

Primeiro quero destacar o fato que muitos se enganam. uma pessoa deficiente visual não é só aquele que não enxergam nada. Deficiente visual também é aquele que
possui um grau de visão a baixo do que o normal. Eles são chamados de pessoas com baixa visão, ou visão subnormal. E em cada caso de visão, há um tipo de tratamento.
um modo diferente de ser passado a matéria. deixo bem claro, que o fato do aluno muitas vezes não conseguir aprender uma certa matéria escolar, não significa que
o aluno não tenha interesse, ou seja incapaz de aprender a matéria. Muitas vezes é causado pela falta de estimulo, e falta de auxilio pedagógico, fato este que
pode ser resolvido com muita paciência e compreensão por parte do professor e também do aluno em questão. E o professor precisa pesquisar, conseguir informações
por meio da internet ou instituições. Para que assim possa trabalhar com o aluno, e os dois saem aprendendo. Tanto o professor quanto o aluno.

O professor, ao receber um aluno deficiente visual total em sua sala de aula, não precisa necessariamente saber o Braille. Que é a forma de escrever e ler utilizado
pelo aluno com deficiência visual total. O Braille é sim uma ferramenta importante para o professor que tem um aluno com deficiência visual. mas não quer dizer
que sem ele não se pode
trabalhar. O aluno poderá se utilizar de objetos levados pelos professores para entender figuras, e pode responder oralmente o que entendeu para o professor individualmente.
Lhes digo isto, pois tive vários professores magníficos, que não sabiam o Braille e mesmo assim conseguiram me passar a matéria perfeitamente.

a baixo vou deixar algumas postagens retiradas de um perfil de facebook
chamado baixa visão. no qual explica como que cada professor poderá trabalhar com uma pessoa com deficiência visual. ao fim das postagens, colocarei o link do perfil
para quem quiser adicionar.

Dicas para os professores:
O Professor de língua portuguesa ou estrangeira, em cuja salas estudam alunos com deficiência visual, deve se lembrar de que: o aluno com deficiência visual, com
antecedência, deverá receber escrito em Braille ou fontes ampliadas, o vocabulário que irá ser dado na aula; os vocábulos apresentados em classe deverão ser soletrados;
o aluno deverá ser incentivado a soletrar as palavras, cujas grafias sejam significativamente mais difíceis;
os desenhos, esquemas, as figuras, gravuras e demais imagens (inclusive as mostradas em vídeo) deverão ser apresentadas antecipadamente ao aluno, devendo, ainda,
serem descritos em português;
a áudio-descrição deverá ser acompanhada da exploração tátil, da figura ou do desenho, sempre que isso for possível;
as anotações de sala, feitas pelo aluno deverão ser revistas/corrigidas diariamente, para evitar os erros de ortografia decorrentes da diferença entre a pronuncia
da língua portuguesa ou estrangeira e sua grafia;
a matéria escrita no quadro deverá ser fornecida ao aluno, preferivelmente em Braille ou ampliada, antes da aula, ou depois dela, em situações excepcionais;
o professor deverá oferecer momentos educacionais suplementares ao aluno com deficiência, em horário que não o retire da sala de aula. As aulas ou momentos suplementares
com o aluno com deficiência são importantes para preparação das aulas e exploração do material a ser usado pelo professor e demais alunos. No entanto, esses momentos
suplementares não podem retirar o aluno do momento pedagógico da classe;
o Professor de Português ou de língua estrangeira deve lembrar-se de que em situação de teste as perguntas que impliquem recorrer aos textos para ilustrar as respostas
devem ser comedidas, pois isto requer do aluno com deficiência muito tempo, o que os pode pôr em desvantagem;

Educação Física
O Professor de educação física deve lembrar-se de que: os alunos com deficiência visual deverão ter a oportunidade de participar de todas as atividades propostas
para a classe;
quando uma atividade requerer a visão e não puder ser adaptada ou substituída por outra, dever-se-á propiciar com que o aluno participe dessa atividade junto com
seu colega, ou colegas;
as atividades propostas devem estar em consonância com o objetivo educacional do professor, assim ele deverá pensar quais atividades cumprem esses objetivos;
a competição, muitas vezes promovida nas atividades em educação física, deve ser substituída pela cooperação, participação, colaboração de cada um para o bem-estar
e a aprendizagem de todos;
as atividades que exigem deslocamento em maior velocidade deverão ser praticadas em ambientes propícios e esses devem ser apresentados/explorados pelo aluno com
deficiência antes da aula;
o professor deverá valer-se de seu próprio corpo, ou do corpo do aluno, para mostrar os movimentos necessários ao cumprimento do exercício proposto;
o professor deverá propiciar ao aluno o máximo de liberdade e possibilidade de exploração do espaço físico da quadra de esportes e dos demais ambientes da escola;
o aluno deverá ser incentivado a deslocar-se pela escola, com ou sem bengala (preferencialmente com esta), em todos os espaços escolares;
lembrando que educação física é antes de mais nada educação, o professor deverá aproveitar para ensinar não só os limites e regras pertencentes aos jogos, mas também
a própria relação social que advém do contato com o outro;
cada aluno deverá ter a oportunidade de trabalhar com o outro, descobrindo suas potencialidades, limites e habilidades;

Educação Artística
O Professor de artes, de educação Visual ou de Desenho deve lembrar-se de que: os alunos com deficiência visual podem fazer muitas das coisas que se faz com a visão,
valendo-se do tato e dos demais sentidos, embora nenhum deles, ou eles em conjunto substituirão a visão.
os alunos cegos não podem ver as cores. Estas são modalidade específica da visão. Todavia, é importante que as cores sejam ensinadas às pessoas cegas, por exemplo
falando de suas variações de tonalidade, azul claro, verde escuro, onde aparecem, na maçã vermelha, no cabelo amarelo do amiguinho etc.; que elas se combinam quando
juntas, por exemplo, na blusa e na sandalinha rosas da amiguinha; os alunos terão grande proveito ao usarem diferentes materiais, com diferentes texturas, que permitam
diferentes temperaturas, que provocam diferentes odores etc,
devendo esses materiais fazer parte dos trabalhos de toda a turma na classe;
o trabalho que não for possível fazer, sem a visão, deverá contemplar o aluno cego, por exemplo permitindo com que ele participe de fases do trabalho, cortando,
dobrando colando ou dando idéias;
todos se beneficiarão, quanto mais o professor propiciar o trabalho em grupo, o trabalho participativo na sala;
o desenho e o desenhar devem fazer parte do ensino do aluno com deficiência, com prioridade para as orientações de como representar as coisas na maneira que se
as vê, perspectiva, frente, atrás etc.
colagens e outras técnicas devem ser ensinadas, cuidando para que o aluno cego possa oferecer ao seu trabalho, a mesma beleza visual que oferecerá com a estética
tátil; a beleza e a estética visual precisam ser ensinadas e estarem presentes nas produções dos alunos para que sejam apreciadas, também nesse particular;
elogios e similares sempre desempenham um papel favorável na educação das crianças, porém, o excesso e elogios quando o trabalho merece maior cuidado poderá ser
danoso, uma vez que o aluno pode, de fato, achar que o que fez já está bom mesmo, assim não buscando aprimorar-se. Não se trata de fazer do aluno um artista, mas
se for essa sua habilidade, ajudá-lo a tirar o máximo dela;
para a produção dos trabalhos escolares, o aluno deverá receber informações que, por vezes, já estão disponíveis para as pessoas que enxergam. A observação e a
exploração de objetos, animais, flores, ambientes reais, concretos e/ou sua descrição devem compor a educação artística e visual do aluno com deficiência.

O Professor de Matemática, em cujas salas estudam alunos com deficiência visual, deve se lembrar de que:
os exercícios escritos no quadro devem ser lidos em voz alta;
é preferível se obter um único exercício bem executado, pelo aluno, do princípio ao fim, e devidamente corrigido pelo Professor, a se ter muitos exercícios, por
acabar e sem correção;
deve-se oferecer esquemas/exercícios menos densos e mais significativos;
deve-se ajudar o aluno a treinar cálculo mental e aprender a recorrer a ele para a solução dos problemas;
o Professor deve favorecer, ao aluno, a leitura , em voz alta, dos exercícios que resolveu;
cálculos muito "complicados", que envolvam muitas contas longas (demasiado grandes) devem ser oferecidos ao aluno, apenas quando já estiver resolvendo as operações
menores e menos complexas, com maior desenvoltura;
o professor deve ter consigo, nas aulas, o código Braille para Matemática, de modo a poder ajudar o aluno quando não souber um sinal, ou símbolo novo, ou, ainda,
para quando o aluno precisar lembrar-se de um código já aprendido;
o material concreto, tridimensional, palpável, deve estar à mão do Professor de modo a poder servir-se dele, quando a explicação ou compreensão da matéria assim
o exigir.

Ciências, Física e Química
Os Professores de Ciências, Física e Química devem lembrar-se de que:
a exploração de esquemas, gráficos, manuseio de material do Laboratório devem ser feitos com o aluno, inclusive antecipadamente, sempre que possível; as observações
ao microscópio, os eventos químicos observados exclusivamente pela visão, entre outros, sempre que não puderem ser substituídos por vias sensoriais
tátil, auditiva, olfativa ou gustativa devem ser fornecidas ao aluno pelo professor, de maneira oral, ou ainda descritas por um colega ou auxiliar no laboratório;
na exibição de um filme, transparência ou "slides" o professor deverá oferecer ao aluno com deficiência visual, a áudio-descrição, podendo o professor, valer-se
de um colega do aluno para fazer tal atividade, de modo que ambos aprendam juntos. Por exemplo, o professor poderá recorrer a um aluno que talvez não viesse prestar
muita atenção ao filme, caso não tivesse colaborando com o colega;
os esquemas e mapas muito densos, com relevo inadequado e sem áudio-descrição não são de grande valia para os alunos;
os gráficos, mapas, tabelas etc. devem ser oferecidos em partes, sempre que forem grandes, em Braille ou apenas em relevo. O tato faz uma leitura seqüencial da
informação, assim, muitas informações em um pequeno espaço, ou mesmo que poucas em um espaço muito grande, dificultará a aquisição e/ou processamento das informações,
logo, dificultando a compreensão desses gráficos, tabelas, mapas, desenhos, esquemas e demais configurações bidimensionais; no laboratório ou em qualquer outra
situação em que se puder propiciar a experiência concreta ao aluno, isso deverá ser feito, tanto permitindo que ele faça a experiência diretamente, como colaborando
com ela indiretamente, por exemplo, anotando os dados observados pelos colegas etc. A observação, a experimentação e a exploração do concreto, do tridimensional,
do palpável é muito importante para os alunos. Garanti-las ao aluno com deficiência contribuirá com sua participação plena no cotidiano da escola, em todas as atividades
e lugares, tendo como conseqüência sua verdadeira inclusão na escola.

História e Geografia
Os mapas, gráficos e esquemas em testes de História, Geografia e outras disciplinas devem ser oferecidos em relevo e acompanhados de perguntas as quais, sozinhas,
possam ser respondidas sem o auxílio da visão;
Os textos mais curtos e diretos são mais acessíveis e podem ser apresentados escritos em Braille , ampliados ou oralmente;
É preferível apresentar dois ou mais textos menores, sobre o assunto do qual se estiver ensinando, a fazer uso de um texto longo e/ou cheio de figuras (sem áudio-descrição
ou em relevo), ainda que ele tenha vindo no livro adotado;
Por vezes, perguntas e testes terão de ser adaptados. O aluno se beneficiará de perguntas que permitam a oferta de resposta direta e não requeira recurso de produção
de mapas, tabelas, gráficos e demais figuras em relevo, uma vez que tais produções exigem maior tempo e prática (nem sempre disponíveis ao aluno, em momento de
avaliação, teste ou similares);
Dever-se-á tirar uma ou mais perguntas ou dar mais tempo, para o aluno poder fazer o teste. As perguntas tiradas podem ser feitas durante as aulas. Não se trata
de fazer testes mais fáceis ou com menor qualidade, porém, contemplar a necessidade educacional do aluno com deficiência ou com dificuldade de aprendizagem.

fonte: https://facebook.com/profile.php?id=100010950251071&refid=13

Muitas dessas práticas, foram adotadas por professores em minha escola, sem que eles soubessem que eram corretas. Outras, já não puderam ser adotadas, por falta
de espaço, tempo, e informação. Então, faz-se necessário, que ao saber que tem um aluno com deficiência em sua escola, e que você poderá passar por ele como seu
professor (a), que pesquise a fundo, mesmo que seja aos poucos, para que você e o aluno possam aprender em conjunto.

Para finalizar, gostaria aqui de deixar meu muito obrigada a todos os professores que me ajudaram nessa batalha árdua de estudos dentro da escola regular. Saibam
que guardo cada um em meu coração, e que a marca que deixaram em mim, ao dedicar-se a me ensinar, jamais será esquecida. Adoro vocês: josebes Lopes, Hudson Capistrano,
glauto, Gustavo, Roberta, Fátima, vaudenisse, ideuvane, Claudia, Glaucia, Lidia, Ricardo, Vanda, graça, e a todos os professores e ex professores da escola EEFM.
Maria da conceição Porfírio teles.
Um abraço mega especial ao meu professor de reforço em química e física Paulo Victor. Que mesmo ao fim da minha trajetória pela escola, continuou me auxiliando
nos vestibulares da vida, e aprendendo junto comigo, como é maravilhoso o mundo da física. Ao escrever este texto, lembrei de cada um de vocês individualmente.
E saiba que nunca os esquecerei.

Um comentário:

  1. Muito bom! Pode ter certeza que aprendi mais com você do que o contrário. Obrigado pela lembrança!

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